Filho de imigrantes italianos, João Rubinato nasceu em 6 de agosto de 1910 em Valinhos, viveu a maior parte de sua vida na capital paulista e morreu em 23 de novembro de 1982. Antes de adotar o nome de Adoniran Barbosa e se consagrar como artista, teve inúmeras profissões, como carregador, tecelão, pintor, encanador, garçom, metalúrgico e camelô, entre outras.
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Adoniran em casa, com sua esposa Matilde e seu cachorrinho Peteleco (1971) |
Além de uma vasta obra musical, ainda muito pouco conhecida e de difícil acesso, Adoniran fez diversos trabalhos como ator de rádio, cinema e televisão, e por muitos anos foi mais conhecido como ator do que como compositor.
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Adoniran, no filme O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto |
Um de seus passatempos preferidos era construir brinquedos com sucata, como bicicletinhas e até um parque de diversões em miniatura. De vez em quando, Adoniran abria sua oficina para as crianças da vizinhança, que ficavam encantadas com tamanha engenhosidade.
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Adoniran mostra uma de suas bicicletinhas feitas com sucata (anos 1950) |
Em suas músicas, Adoniran retrata de maneira única a realidade cotidiana das camadas mais pobres da sociedade paulistana, fruto da mistura entre o imigrante, principalmente italiano, o caipira, vindo do interior do Estado, e o migrante nordestino, revelando com maestria e muito bom humor o seu modo de ver o mundo, suas relações, suas dificuldades, e até seu modo de falar.
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Adoniran na Praça da Sé, remodelada em 1978 |
As músicas de Adoniran fazem a crônica social da cidade de São Paulo num momento de abruptas e profundas transformações, fruto de um processo acelerado de industrialização e urbanização, iniciado no final dos anos 1940. Mas sempre do ponto de vista dos pobres, maloqueiros, vagabundos, excluídos, enfim, dos que sofrem as consequências maléficas do “pogréssio”.
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Adoniran, na década de 1970, observando o Bixiga que não existe mais |